terça-feira, 25 de maio de 2010

Ah, que inveja boa...

Estamos a 16 dias da Copa e a empolgação vai tomando conta de tudo e de todos. O verde e o amarelo já fazem parte de todos os figurinos e tudo gira em torno da seleção. Para nossa sorte, a publicidade brasileira sabe como poucas se apoderar desse clima. Que os profissionais brasileiros dão um banho de criatividade todo mundo já está cansado de saber.
Por que estou dizendo isso? Porque tive essa certeza hoje à tarde, vendo os argentinos comemorarem a despedida da seleção, de malas prontas para a África após o chocolate dado nos canadenses. Vocês já viram com certeza aquela propaganda em que os hermanos estão todos trajados e prontos para verem seus craques, quando vão se “abrasileirando” à medida que vão abrindo latinhas de uma cerveja “canarinho”. O desejo de se transformarem em brasileiros vai se tornando real, dando fim à nostalgia e aos mullets tipicamente portenhos.
Foi exatamente essa inveja que senti hoje, mas no sentido contrário. Não precisei abrir nenhuma garrafa de vinho “made in Buenos Aires” para torcer pelos arquirrivais, muito menos cortar o cabelo ou falar castelhano. Foi natural me pegar vibrando com as tabelas de Maxi Rodriguez, Tevez e companhia no jogo de celebração do bicentenário da independência. Na verdade, fiquei com inveja. Mas não qualquer invejinha, foi daquelas de doer o peito.
Claro que golear o Canadá por 5 a 0 em pleno Monumental de Nuñez não quer dizer muita coisa, mas fico pensando: Não é que o Diego “doido” Maradona tem toda razão em querer mostrar aos fanáticos torcedores argentinos que a seleção deles vai jogar para frente, não importa como? O time não é nenhuma maravilha e pode decepcionar na África, mas que tenta jogar bonito, ah isso tenta.
Fiquei surpreso quando vi a convocação de Dom Diego há semanas atrás, com 6 atacantes e 2 meias ofensivos. Pensei comigo: como ele vai colocar tanta gente para atacar? Pra quê levar Martin Palermo com seus 36 anos e descartar Cambiasso, Zanetti e outros bons “medio campistas” de fora? A resposta é simples: talento. Os caras terão talento de sobra e não poderão reclamar do técnico caso sejam eliminados. Os argentinos estão dispostos a jogar bonito e farão a alegria dos apaixonados pelo futebol, conquistando a simpatia de outras torcidas com o passar dos jogos.
Agora fica outra pergunta: será que nossos jogadores também conseguirão tal façanha? Será que o futebol “vitorioso” dos parceiros do Dunga também vai encher os olhos do mundo? Mesmo com 7 “volantes”? Será? Se eu tivesse que apostar, sei não... Vamos sofrer as agruras de um time pouco ofensivo. Só torço para que não seja “inofensivo”...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Revista Feetness - edição 12

Revista Profashional - Edição 80/81


Revista Profashional - Edição 78/79


Revista Feetness - edição 11


Top 5 - Elvis Costello

O dia de hoje foi uma típica segunda-feira. Fim da tarde, estava sozinho em casa, totalmente livre de qualquer obrigação entediante. Então, pensei comigo: o melhor a fazer é pegar o controle e zapear a TV antes de mergulhar na internet novamente. Foi então que, naquele momento, tudo mudou.

Tinha ouvido falar há pouco tempo atrás que Elvis Costello tinha direcionado a carreira para outra área, para mostrar seu lado Jay Leno / David Letterman de ser. Fiquei curioso, mas não dei a devida importância para o assunto. Eis que hoje, de canal em canal, achei algo muito interessante. Acabei dando graças ao acaso por ter tomado as rédeas da situação.

Imaginem a minha surpresa quando sintonizei o canal 84 !? Estava passando o tão comentado “Spetacle”, talk show com apresentação do cantor e compositor britânico de nome genial. Minha felicidade foi tanta quando me deparei com o simpático inglês conversando em um simples cenário com, ninguém mais ninguém menos, do que Lou Reed, um dos mais fantásticos compositores dos últimos 40 anos...

O programa lembra um pouco o “Actors Studio”, mas sem a morosidade do talk show cinematográfico comandado pelo diretor James Lipton. Durante a descontraída entrevista, o próprio Costello dá uma canja com seu convidado, que parece ter total liberdade para escolher o que quer tocar. A versão que passa na HBO brasileira é sem intervalos, com interrupções curtas, apenas para passar a vinheta do programa. Perfeito!

Tão genial quanto “Later...with Jools Holland”, o novo “Som Brasil”, o cultuado “Sound” ou o lendário programa “Ensaio”. Confesso que, em nenhum momento da minha vida, Elvis Costello chegou a fazer alguma diferença. Minha formação musical passou longe desse artista especificamente, ele tinha um estilo pouco atraente para meus olhos e ouvidos roqueiros. Na verdade, passei mais de duas décadas praticamente ignorando sua presença. Descobri esse outro Elvis assistindo clipes na MTV.

Mas hoje, tudo mudou de verdade. Minha vontade é terminar esse texto o mais rápido possível para descobrir mais sobre esse ótimo músico, de grande versatilidade e importância maior ainda para a música pop desde o final dos anos 70. Nunca é tarde para recuperar o “músico” perdido. Depois de uma pequena pesquisa, já sei por onde vou começar. Aqui estão meus 5 próximos momentos que viverei com Elvis Costello:

I) Baixar no Torrent os álbuns “My Aim is True” de 1977, “Emotional Fascism” de 1979 e “Spike” de 1989. O primeiro é o trabalho de estréia de Costello, que traz a famosa balada “Alison”; o segundo é o grande sucesso comercial de sua carreira e o terceiro é obra prima pop, obrigatório para quem quer entender como esse londrino virou estrela mundial.


II) Ir atrás do disco de estréia do grupo inglês “The Specials”. A banda de ska lançou seu homônimo álbum em 1979, com produção do próprio. O grupo é considerado até hoje um dos ícones do ska, mistura do reggae com o punk rock e esse trabalho é o melhor da carreira.



III) Compilar em um único CD todas as músicas que Elvis Costello compôs com sir Paul McCartney, parceria que durou muitos anos entre o fim dos anos 80 e os primeiros anos da década de 90. Entre elas, estão “Veronica”, My brave face”, “Back on my feet” e “The lovers that never were”.



IV) Buscar na internet trechos de apresentações dele com suas duas maiores colaboradoras: a esposa Diana Krall e a amiga Alice Krauss. Com Diana, a parceria já dura 6 anos e com Krauss, vale assistir os dois tocando juntos “Scarlet Tide”, música do filme "Cold Mountain".


V) Abrir o Youtube e ver a dupla tocando “Set the twilight reeling” e “Perfect Day”. Entre uma pergunta e outra, Lou Reed fala sobre a carreira, conta histórias curiosas e interage com a platéia enquanto conversa informalmente com Elvis.

Façam o mesmo, descubram Elvis Costello. Eu garanto: vai valer a pena.

TOP 5 - Filho de peixe, peixinho... não é


Vocês conhecem uma cantora nova chamada Lauren Harris? Ela tem 25 anos, lançou seu primeiro álbum há pouco tempo e já tem uma considerada experiência em festivais de rock pelo mundo. O estilo dela lembra muito a Avril Lavigne, apesar de ter uma atitude mais rocker do que a doce e marrentinha canadense. Ao contrário da estrela pop, Lauren ainda tem muita lenha pra queimar, mesmo porque já tem lugar cativo como banda de abertura de um dos maiores fenômenos da história do metal.

E então, não ascendeu nenhuma luzinha? Ainda não descobriram de quem estou falando? Ok ok, vou dar as últimas dicas: ela carrega no nome a fama de um dos melhores instrumentistas do rock pesado e já tocou com a sua banda no Brasil, abrindo o show da banda de seu pai, Steve... Lauren Harris é nada mais, nada menos, do que a filha do baixista Steve Harris, do Iron Maiden.

A Donzela de Ferro esteve no Brasil recentemente e tocou para messiânicos 60 mil fãs, recorde de público de toda a carreira dos ingleses. Antes do desfile de hits que causou comoção em todos os headbangers presentes ao Autódromo de Interlagos no dia 15 do mês passado, Lauren e sua banda tocaram e pularam por pouco menos de uma hora, mas não chegaram a empolgar nem parte do público.


O universo pop conhece várias “Laurens”. Bom, pelo menos ela ainda tem chance de evoluir e encontrar um estilo próprio para espantar o total ostracismo que tantos outros vivem, depois de desfrutarem seus “15 minutos (ou segundos...)” de fama. Esse é o caso dos 5 fracassados abaixo. Sem nenhum tipo de preconceito, apresento meus 5 maiores exemplos de que nem sempre “filho de peixe, peixinho é...”. Se cuida, Lauren !!

Julian Lennon

Filho mais velho do famoso beatle, Julian até teve uma música composta em sua homenagem. “Hey Jude” é uma canção escrita por Paul McCartney, que queria consolar o pobre garoto em meio à separação de seus pais. Parece que a obra prima não adiantou muito... Julian tem 5 álbuns lançados na carreira e, apesar de ter semelhança física enorme com o pai (é até um pouquinho mais bonito que John), só emplacou um hit: “Too late for goodbyes”. Se é que podemos chamá-la de hit...

Kelly Osbourne

Filha de Ozzy e Sharon, a garota de 25 anos não criou fama como cantora. Apesar de já ter 3 álbuns no “currículo”. Kelly teve sua “excelente” participação no reality show “The Osbournes” reconhecida pelo público, lançando a moça ao estrelato. Chegou a fazer sucesso nas paradas de música com o single “Shut up”, com a cover de “Papa Don’t Preach” da Madonna e a regravação do clássico “Changes” do Black Sabbath, com participação especial do próprio Ozzy. Mas..

Jacob Dylan

Outro esboço de cantor e compositor, foi líder da semi-extinta banda “The Wallflowers”, dona de hits momentâneos como “One Headlight”, “6th Avenue Heartache” e “The Difference”, todas do primeiro álbum “Bringing Down the Horses”. Gravou uma cover para “Heroes”, clássico de David Bowie, incluída na trilha sonora do filme Godzilla. Atualmente, está em carreira solo com álbum lançado no ano passado, recheado de músicas acústicas, no estilo folk bem parecido com aquele que consagrou seu pai, Robert Zimmermann. Não é que eu esteja de má vontade, porém...

SNZ

Filhas da cantora baiana Baby “do Brasil” Consuelo com o grande guitarrista Pepeu “masculino/feminino” Gomes, Sarah Sheeva, Nãna Shara e Zabelê resolveram investir na carreira “Spice Girl” em 2001, com muita produção, alguma atitude e infinita falta de talento. Regravaram o hit mela cueca “Nothing’s gonna change my love for you” e, com a saída de Sarah Sheeva um ano após o lançamento do primeiro álbum para investir em carreira solo como cantora evangélica, o então dueto tenta conseguir algum sucesso. Até quando...

Preta Gil

Ela já é veterana e vem de uma casta de nobres brasileiros. Filha do Gilberto e afilhada da Gal, a cantora se lançou na carreira artística em 2003, com o lançamento de “Preta-à-Porter” e o envolvimento em inúmeras polêmicas. Desbocada, Preta já tem mais passagens por colunas de fofocas do que por estúdios de gravação. A também atriz parece estar sempre em evidência e aproveitou 2009 para lançar seu bloco de carnaval “A coisa tá Preta”, no Rio de Janeiro. E... nada!!

Mais nada.

TOP 5 – Tango Eletrônico


“O que posso dizer aos torcedores? Que sofri com eles e que cada gol era um punhal no coração”. Foi o que Diego Armando Maradona desabafou após ver de camarote sua seleção sucumbir diante dos bolivianos na última quarta-feira. Altitude, falta de hombridade e desonra foram alguns dos ingredientes da mais recente “tragédia de La Paz”. O time “dançou” aos passos do bailado boliviano, o que mais parecia um espetáculo de um grupo de “Caporales” ou de “Diablada”.

Dramático demais, não acham? É como no tango, que tem por essência alguns ingredientes, dentre eles o bandoneón, a dança e doses e doses de dramaticidade. O poeta argentino Enrique Santos Discépolo disse certa vez que “o tango é um pensamento triste que se pode dançar”. A cultura do tango está enraizada na cultura portenha como o samba no Brasil e o fado em Portugal.

Pensando nisso, um novo estilo foi criado no fim do século passado por jovens músicos que queriam resgatar esse sentimento por hora amortecido. Eis que surgiu o Tango Eletrônico ou “Eletrotango”. Parecido com o que artistas brasileiros e estrangeiros fizeram com a Bossa Nova, o estilo musical ganhou uma nova roupagem, com elementos da música eletrônica casados com a sonoridade das composições que consagraram Carlos Gardel, Astor Piazzolla, Azucena Maizani e tantos outros.

O lamento de Dom Diego me fez chegar a duas conclusões imediatas: o técnico da Argentina criticou indiretamente seus comandados, classificando-os como traidores. Além disso, mostrou uma veia artística até então ignorada por mim. Vai me dizer que o roteiro da partida da última quarta não lembra a letra de um tango interpretado no melhor estilo Gardel? O próprio Maradona jogou uma partida em La Paz em 2008, em colaboração à luta do presidente Evo Morales contra a tentativa da FIFA de proibir jogos oficiais de futebol em cidades com altitude acima de 2750 metros, como La Paz. Provou do próprio veneno e foi achincalhado por todos os argentinos, ainda de luto após a morte de um dos mais importantes ex-presidentes do país, Raul Alfonsín, um dia antes.

Para quem não assistiu ao jogo, a Argentina não apenas perdeu feio. Foi humilhada e teve seu pior momento em jogos de eliminatórias para a Copa do Mundo na história. O desfecho da trágica partida se deu com a sincera e sofrida declaração do comandante do time e, pensando nisso, resolvi dedicar meu Top 5 dessa semana ao ato. Para servir de pano de fundo, sugiro então os 5 melhores grupos de Eletrotango da atualidade.

Gotan Project
Trio formado em 1999 na cidade de Paris, é o grupo de maior sucesso no movimento com 6 álbuns gravados e muitos sucessos e músicas incluídas em trilhas de filmes de Hollywood e até novela brasileira. Considerado ícone do tango eletrônico, é formado por um argentino, um suíço e um francês e criaram fama no Brasil com o single “Época”, faixa do álbum “La Revancha del Tango” de 2001 e incluída na trilha da novela “Da Cor do Pecado”.

Bajofondo Tangoclub
Grupo formado por Gustavo Santaolalla, famoso produtor argentino de música pop e de trilhas sonoras. Os sete integrantes, todos argentinos e uruguaios, fazem uma mistura de tango e outros elementos folclóricos com a dance music. Ficou conhecida no Brasil após a música “Pa’ Bailar” se tornar a abertura da última novela das oito “A Favorita”. Já tem 4 álbuns e um Grammy Latino de melhor álbum pop instrumental de 2003. Embarcam no país para shows em Maio.

Tanghetto
Sexteto argentino formado em 2003, com 4 álbuns lançados e várias participações em coletâneas, incluindo gravações de covers do Depeche Mode, Eurythmics e New Order. Principal grupo do chamado “Neotango”, estilo musical com forte influência de Astor Piazzola. Fazem show em São Paulo hoje à noite.

Narcotango
Projeto encabeçado pelo músico argentino Carlos Libedinsky, mistura o tango em um enorme caldeirão de referências, que vão de estilos latinos como a milonga até o samba e o jazz. O produtor musical ficou famoso com esse projeto, mas está no meio musical desde a década de 80, quando fundou o Tademus, renomada escola de música de Buenos Aires.

Otros Aires
Projeto de tango eletrônico formado em Barcelona pelo músico e arquiteto argentino Miguel di Genova, mistura base tangueira com elementos de música eletrônica e milongas. O diferencial do grupo é a parte audiovisual como base dos trabalhos. Tem dois álbuns gravados desde 2003 e sua maior influência é a carreira de Carlos Gardel.

TOP 5 - Radiohead


Amigos, show inesquecível é aquele que dá saudade... Saudade daquele primeiro acorde, do apagar das luzes, das primeiras expressões dos que estão no palco (muitas vezes surpresos e extasiados com a “recepção” brasileira). Senti isso há pouco mais de uma semana, no show que classifiquei como “histórico”. Na verdade, foi um sonho realizado.

Desde 1996 que sou aficcionado pelos britânicos do Radiohead. E que bom que não vieram em outras ocasiões, porque provavelmente tocariam em um local menor, sem o aparato tecnológico de hoje. Não sou muito de arenas, a bem da verdade. É muito mais proveitoso assistir a um show de música em um anfiteatro ou uma casa de espetáculos mais intimista, isso ninguém discute. Mas, o que tive a oportunidade de ver foi uma banda coesa, madura e de muito bom gosto visual em um espetáculo de encher os olhos. Sinceramente, perderia muito da graça em Credicard e Citibank Halls da vida.

Você que está aí e não foi a Chácara do Jockey no último dia 22 deve estar pensando: “O cara pirou! Fiquei sabendo que o local não tinha bolsão de chegada e saída de táxis, ônibus e carros, os banheiros químicos ficaram rapidamente em estado lastimável, quase não tinham policiais para conter qualquer tumulto, as tantas saídas de emergência permaneceram fechadas durante todo o tempo, dificultando a saída das mais de 30 mil pessoas após o show, blá, blá, blá...”.

Caros, é tudo verdade (e não foi somente isso que aconteceu...). De fato, a organização deixou muito a desejar. Porém, esse post é sobre o que de melhor vi naquela noite. Quer saber quais foram os cinco melhores momentos dessa trip na minha modesta opinião?! Ok...

Abertura do Kraftwerk
Cheguei em cima da hora pra ver o quarteto alemão e acabei perdendo o comecinho, por causa do difícil acesso ao gramado. De qualquer forma, foi emocionante ter visto e ouvido alguns dos clássicos da “pré-história” da música eletrônica. Simples, bonito, impecável! Li em algum lugar que assistir ao show do Kraftwerk é como rever um clássico do cinema. Vou mais além: é como ver um festival de grandes curtas-metragens da história. “Man Machine”, “The Model”, “Computer World”, Autobahn”, todas pérolas. Impressionante.

Cenografia
Vários tubos pendurados no teto da estrutura, mais pareciam extensos braços de gelo a ponto de ganhar vida. Em conjunto com uma linda iluminação, faziam com que o palco ganhasse dimensões diferentes a cada instante. Os telões dividiam-se em vários, com imagens da fisionomia de Thom e seus parceiros em alta-definição. Tudo casado perfeitamente, dando ambientações distintas a cada música tocada. Uma obra de arte gigante.

15 Step
O primeiro petardo do show foi essa linda música do último álbum “In Raimbows”. Batida desconcertante, guitarra bem discreta e vocal com a marca de Thom Yorke. Singela e pulsante ao mesmo tempo, ganhou outra cara com a iluminação perturbadora. Impossível desgrudar os olhos do palco.

Idioteque
De repente, começa aquela sequência de batidas eletrônicas conhecidíssimas de meus auto-falantes. A impressão é que tinha sido tele-transportado para a rave dos sonhos. Enquanto Yorke esganiçava a voz em completo desespero, minha vontade era que a música não terminasse... Sensacional! A melhor do show, sem dúvida.

Creep
Após duplo bis e mais de 2 horas e meia de inesquecíveis momentos, a banda volta ao palco mais uma vez. A última. Ao microfone, Thom anuncia: “Vocês sabem qual é!”. As luzes quase todas apagadas criam o cenário para uma simples introdução de bateria e delicadas notas, para enfim começar “Creep”. Chave-de-ouro para o fim e para que eu finalmente voltasse pra Terra.

Quem viu, viu...

TOP 5 – Hits para levantar a pista


Por alguma dessas situações aposto que todo mundo já passou, pelo menos uma vez: Aquela festinha de casamento de um conhecido distante, que você não estava nem um pouco a fim de ir... Aquele aniversário de um amigo do amigo do amigo da sua prima... Aquela reunião íntima que vira baladinha, bem no dia em que a gripe veio com tudo... Em dias assim, o sentimento é de desconsolo. A primeira coisa que passa pela cabeça é a seguinte: “O que raios estou fazendo aqui?”

Para resolver isso, nada melhor do que o grande “salvador da pátria”: o DJ. Nessa hora, o cara tem o poder do mundo nas mãos. Mais do que o garçom que traz a bebida gelada, mais do que o casal de amigos que você não vê há séculos... Mais até do que aquela pessoa que, de tão bonita e interessante, faz você nem lembrar que tem música tocando no ambiente!!

Claro que é preciso ter sorte para que aquele ser abençoado tenha um gosto musical parecido com o seu. Mas, como todo bom jogador de truco que se preze, o DJ sempre tem algumas “cartas” na manga. Em todos esses anos de experiência com discotecagem, criei minha lista pessoal de “hits” para levantar a pista. Não é toda hora em que me sentia preparado para empolgar a galera na pista. Então, para evitar gafes, tinha sempre por perto aquela coletânea de músicas para bombar a festa.

Bom, vamos lá: Esqueça todos aqueles mega sucessos da fase disco (que, por incrível que possa parecer, ainda funcionam muito...), as bate-estacas radiofônicas e os hits das paradas de axé, pagode, “country” e funk carioca... O papo aqui é outro, listo as 5 músicas que me lembro de ter tocado mais vezes quando queria virar a pista do avesso ou tentar desesperadamente salvar a festa do completo fracasso!!
BORN SLIPPY – Underworld
Mais conhecida como a “trilha do Trainspotting”, essa tira qualquer um da inércia. Começa calminha, vai ganhando ares de música de arena com seus vocais em eco e, de repente... Batida poderosa que pulsa na veia de todo DJ que conhece o mínimo de música eletrônica.
WE ARE ALL MADE OF STARS – Moby (DJ Tiesto remix)
Como todos os assíduos leitores dessa coluna já sabem, sou avesso a essas versões remixadas. Mas, essa é de tirar o chapéu (nunca o fone de ouvido!!!). O DJ italiano é considerado um dos melhores do mundo há tempos e acertou em cheio nessa nova roupagem, transformando uma música chatinha do Moby em um som arrepiante de tão bom.

MUSIC – Madonna
A maior diva das pistas do planeta tem uma infinidade de hits, mas essa é minha preferida. Lançada em 2001 no disco de mesmo nome, essa sempre funcionou bem para pegar pelos ouvidos aqueles que estavam ali, encostados no bar ou batendo papo, sem nem prestar atenção no som que estava rolando... A batida grave é inexplicável.

HEADHUNTER – Front 242
Essa é clássica, tocada em todo tipo de pista, tanto nas alternativas quanto nas mais tradicionais. Todo DJ já rolou esse som, mesmo quem nunca sequer ouviu falar do trio belga de som industrial. A original foi lançada no álbum “Front by Front” de 1988 e repaginada pelos funkeiros cariocas do Bonde do Tigrão. Quer um conselho: fique com a original...

BIZARRE LOVE TRIANGLE – New Order
Por mais batida que seja, o mega hit dos ingleses mais sensacionais dos anos 80 é a essência do que conhecemos por “música para levantar pista”. Não existe nada parecido. Nem “Y.M.C.A.” e “Stayin’ Alive” tem tanto poder de ressuscitar uma pista vazia. Alto astral no limite, a original gravada em 1986 no álbum “Brotherhood”. Foi incluída na coletânea “Substance” de 1987, mas é mais conhecida pelo remix feito pelo próprio quarteto de Manchester, que a lançou no “Best Of” de 1995.

Obs: Ao amigo e "editor-chefe" PJ. Parabéns !!

TOP 5 – Remixes dos anos 80


Há algum tempo atrás, minha paixão musical reverberava em um volume bem mais alto. Época em que tratava um dos meus hobbies pessoais como algo bem mais sério. Fato é que minha carreira de DJ de pop/rock 80’s não chegou a deslanchar, mas era divertido. Só tinha uma coisa que me incomodava muito (e ainda incomoda, pra ser sincero...): ir a uma balada e ouvir um DJ “preguiçoso”.

Um bom DJ é aquele que tem a sensibilidade de saber o que a pista quer ouvir e não simplesmente agir como se fosse um robô, colocando em seqüência várias músicas que parecem uma única. Os remixes entram nessa história como assistentes leais dos DJs sem criatividade e como moscas nos meus ouvidos. Lembro de ter perdido minha paciência várias vezes, em baladas que os tais “donos da festa” só sabiam tocar músicas com a mesmíssima batida, em uma sequência que parecia não ter fim.

Nos anos 80, o que até então era evolução natural dos experimentos de Karlheinz Stockhausen e das invenções de Robert Moog e outros virou febre de versões mal feitas, tocadas a exaustão nas baladas e nas rádios brasileiras. Principalmente por isso, eu era averso a escolher remixes, acabava optando (quase) sempre por tocar as versões conhecidas de todos.

O “quase” acima é proposital. Em algumas vezes, caía em contradição e tocava aquelas versões mais longas, cheias de loops, efeitos e distorções, não tinha jeito. E já que é pra dar o braço a torcer, ok... Eu me rendo!! Aqui estão as 5 versões que mais “gostava” de tocar. Não existe nenhuma justificativa para as escolhas, apenas são as que me lembro de ter tocado para tentar levantar a pista.


Fascinated (12’’ original mix) – COMPANY B
Primeiro single do trio de acid house, precursor de grupos de garotas como Salt n’ Pepa e TLC. Chegou ao 21º lugar da parada Billboard.


Join in the Chant (original mix) – NITZER EBB
Hit do álbum de estréia “That Total Age”, é um dos grandes singles do chamado “som industrial” ou EBM. O grupo é contemporâneo de bandas eletrônicas dos anos 80 como o Front 242.


Together in electric dreams (12’’ version) – GIORGIO MORODER & PHILIP OAKLEY
O famoso produtor musical italiano juntou-se ao vocalista da banda de synthpop Human League para lançar um álbum em 1984. A música virou tema do filme “Amores Eletrônicos”, lançado no mesmo ano.


Stop! (12’’ remix) - ERASURE
Faixa 3 do álbum “Crackers International”, lançado pela dupla em 1988. Naquela época, o Erasure já era muito famoso e estava prestes a lançar o álbum mais bem sucedido da carreira. “The Innocents” chegou ao topo das paradas britânicas, graças ao mega hit “A Little Respect”

Temple of Love (Touch mix with Ofra) – SISTERS OF MERCY
Um dos maiores sucessos do grupo de maior sucesso do estilo “gótico”. A faixa está na compilação “12’’ Collection”, lançada em 1995 pela gravadora Merciful Release e tem participação da cantora israelense Ofra Haza.

Top 5 – Piores "Boy Bands" da música pop


“São Paulo recebeu a visita de um dos maiores ícones da música pop, para única e inédita apresentação nesta quinta”. Para os mais desinformados, não se trata de uma manchete atrasada sobre o show da Madonna no Morumbi. Uma das mais bem sucedidas boy bands da indústria fonográfica passou por terras paulistanas, tentando resgatar um pouco do que a própria decadência do mercado musical levou embora. Bem, para os fãs do Backstreet Boys nada disso importa. Claro que o quarteto não é mais tão jovial como na época em que vendiam mais de 15 milhões de cópias mundo afora e lideravam a maioria das paradas de sucesso. Mas, convenhamos: já vimos coisa bem pior.

Essa história teve origem nos anos 60 com os Monkees e se popularizou com os primeiros hits do “deus do pop” Michael Jackson, líder do Jackson 5 no alto dos seus 5 anos. A partir daí, a indústria musical (sobretudo a norte-americana) explorou com toda força a personificação de garotos bonitinhos em afinados cantores e habilidosos dançarinos. Até chegar a vez dos Backstreet Boys, muitos grupos entupiam as programações das rádios pop e dos programas de videoclipes.

E não é que alguns talentos foram revelados... Quem não se lembra do Ricky Martin, como mais novo membro do Menudo e do jovem Justin Timberlake a frente do N’Sync? Por acaso, alguém já se esqueceu do ínicio de carreira do Robbie Williams no Take That? E o que falar do ator hollywoodiano Donnie Wahlberg, irmão mais velho de Mark Walhberg e antigo membro do New Kids on the Block?

Ok, ok... Piadas à parte, todos concordam que existiram (e ainda existem) grupelhos bem mais desnecessários do que esses. E não estou falando do Westlife, Termendo, New Edition, Locomia, Dominó, Polegar, não... Fiz um pequeno esforço de memória e lembrei de outras pérolas. Eis as minhas 5 boy bands mais ridículas da história. Será que alguém se lembra deles?

BOYZONE
Quinteto irlandês formado em 1993, durou cerca de seis anos e em todo esse tempo tentou alcançar a mesma fama dos “Garotos da rua lá de trás”. Atingiram o auge da popularidade em 95, com a regravação da música “Father and Son” do Cat Stevens. Gravaram 4 álbuns e romperam relações sem que nenhum dos integrantes conseguisse se firmar no show business.



COLOR ME BADD
Esse foi um pouco mais longe do que os colegas acima. O quarteto teve carreira bem sucedida, 13 anos de estrada e alguns hits no topo da Billboard. Mesmo assim, parecia mais um projeto paralelo de covers do Kenny G e do George Michael do que sucessores dos “novos garotos no bairro”. Definitivamente, a mais afetada de todas.


UTN1
Essa merece seu lugar aqui apenas para ilustrarmos o quão longe a mediocridade pode chegar. Grupo formado no Iraque em 1999, em plena ditadura de Saddam Husseim, os quatro rapazes resolveram montar a primeira boy band de Bagdá. Depois de alcançar relativo reconhecimento, o grupo fixou residência em Londres e Beirute para tentar “bombardear” o mercado pop europeu. Atualmente, os dois descendentes de cristãos armênios e três xiitas continuam na ativa, mas sem nenhum single de sucesso comercial.


CICLONE
E o Brasil não poderia ficar de fora. À sombra dos famosos garotos do Dominó e do Polegar, o grupo carioca chegou a lançar um disco e fazer pequeno sucesso com a música “Tipo One Way”. Chegaram a participar da “Discoteca do Chacrinha”, passo importante na época para conseguir chegar às rádios e programas de TV dos anos 80.


BROZ
Foi criada após um concurso de talentos no formato reality show chamado “Popstars”, veiculado no SBT em 2002. Seguindo a fórmula do grupo feminino Rouge, os cinco vencedores do programa de TV gravaram dois álbuns e invadiram as paradas em 2003, com a música “A Prometida”. De todos os ex-integrantes, apenas um deles conseguiu continuar no show business como vocalista do grupo de pagode “Os Travessos”.

Top 5 – Shows "Imperdíveis"

Daqui a exatos 23 dias vou encarar milhares de pessoas amontoadas, empurra-empurra, cerveja quente e uma possível “garoa paulistana”. Tudo isso para fazer parte de algo histórico: o primeiro show do Radiohead no Brasil. Meus amigos, sou daqueles caras fanáticos por shows. Não vejo a hora de ir até a Chácara do Jockey e viajar ao som de uma das minhas favoritas. Será inesquecível ver os britânicos tocarem muitas daquelas pérolas que melhoram meu humor durante os instantes em que meu iPod me faz esquecer o caos da rotina diária. Quem é louco por música sabe bem do que estou falando. Já fiz muitos absurdos para ver e ouvir mais de perto as performances que me fazem embarcar em transe profundo.

Só que nem sempre fui feliz nas minhas empreitadas. Lembro de, no alto dos meus 11 anos, ter implorado para meus pais me darem dinheiro para comprar um ingresso do show do Iron Maiden na Cidade do Rock em 1985, um dos grandes do primeiro Rock in Rio. Estávamos em janeiro, época de férias escolares, e me achei no direito de pedir esse “presente” só porque tinha passado de ano sem nenhuma recuperação.

Sempre quando me lembro de um show que não estava presente, me dá uma sensação de inesgotável arrependimento. Segue então meu TOP 5 de shows imperdíveis que não vi. E o pior é que não vou ter segunda chance em alguns desses e de tantos outros casos...


Foo Fighters (Rock in Rio – 2001)
Assistir a um show pela TV é o fim! Desculpem-me quem curte ligar na Globo para ver uma patética cobertura ao vivo. Isso foi o que aconteceu comigo, eles no Maracanã e eu em casa, pensando: Por quê, por quê?! Pior: era aniversário do Dave Grohl... Quer mais histórico do que isso?


Pixies (Pedreira Paulo Leminski – 2004)
Fiquei sabendo desse show meses antes e nem acreditava. Uma banda como o Pixies, nem tão popular assim como as “brasileiras” Deep Purple e Whitesnake, incluindo Curitiba na histórica turnê após 12 anos de separação? Uma das mais importantes bandas de rock dos anos 90 no Brasil? Pois é, vacilei e não me antecipei aos 9 mil felizardos para comprar um dos ingressos...


Ramones (Palace – 1987)
Ok, esse não foi tão perdido assim. Afinal de contas eu tinha apenas 13 anos, era uma banda punk, idolatrada por skatistas baderneiros e todo tipo de maluco que não eram em nada parecidos com meus amigos... “Cala a boca, otário!!” (digo a mim mesmo): “O Palace era do lado de casa, o preço do ingresso era uma mixaria (comparado com os de hoje em dia) e eu tinha perdido o Rock in Rio dois anos antes. Imperdoável!!

Rush (Morumbi – 2002)
Perder esse foi absurdo mesmo, minha irmã e muitos dos meus amigos e conhecidos foram. Dava pra ter alugado uma van, guardado um bom lugar em uma roda imensa no meio da pista, ter jogado conversa fora com todo mundo e curtido quase duas horas de perfeita exibição de grandes músicos em grande fase...


Strokes (TIM Festival – 2005)
De todos, esse é o que mais me dói. Estava no ano mais difícil da minha vida e tinha feito uma promessa: iria até o Rio de Janeiro sozinho, mesmo sabendo que estaria na pior fase do meu tratamento. No final, não pude cumprir porque não estava em condições físicas de encarar a maratona. Tive que me contentar (de novo) com a transmissão ao vivo. Assisti pelo Multishow, bem no dia do meu aniversário... Triste, muito triste!!

MORAL DA HISTÓRIA: Vou no Radiohead sim, e nada me impedirá!!
Se alguém precisar de companhia...

Top 5 – Bateristas

Qual a primeira coisa que vem à cabeça quando se fala em carnaval? Samba, mulher bonita, desfile na Apoteose, congestionamento na Imigrantes?! Não sei quanto a vocês, mas antes de tudo isso, meu primeiro pensamento vai direto para a ala das escolas onde tudo faz sentido: a bateria. Aquele som pulsante é a única coisa que me chama a atenção nessa época.

Mas, não é bem dessa bateria que quero falar... O instrumento mais vibrante da música pop como conhecemos teve sua origem há mais ou menos um século, atrelada a um componente básico que tornou possível para uma pessoa executar todas as percussões, ao contrário dos inúmeros músicos de bandas e orquestras da época, que tinham que tocar bumbos, pratos e tons separadamente. O jazz e o rock foram os ritmos encarregados de popularizar o instrumento, já personalizado com suas estantes e pés, que apóiam chimbal, caixa, tons e pratos. Com o passar do tempo, todas essas peças foram se aperfeiçoando, dando uma cara diferente para a música.

Todos nós temos músicos preferidos, mas o enfoque aqui é a ferramenta que reverbera o som. Eis os meus 5 bateristas favoritos e suas “máquinas”. Não tive a oportunidade de vê-los ao vivo, mas não me canso de escutar...

Keith Moon







Melhor instrumentista da lendária banda “The Who”, era responsável por levar o virtuosismo do instrumento até o limite. Grande improvisador, tocava com a baqueta virada como se fosse um jazzista e tinha uma performance impressionante. Ouça o britânico em uma das inúmeras apresentações da banda ao vivo, como a de Leeds lançada recentemente. Morreu aos 32 anos, vítima de overdose de remédios para tratamento de alcoolismo em 1978.

Billy Cobhan






Nascido no Panamá, esse cara tocou com ninguém menos do que Miles Davis, James Brown e Stanley Clarke, além de ter influenciado 3 décadas de bateristas. Domo de uma técnica nobre, fazia com que o som da bateria ficasse limpo e poderoso. Tente ouvir os álbuns “Bitches Brew” de 69 e “Spectrum” de 73, além dos inúmeros vídeos de suas colaborações em quase 50 anos de carreira.

John “Bonzo” Bonham







Considerado por muitos especialistas o melhor baterista de rock de todos os tempos, Bonzo era performático e grande improvisador. Seus solos intermináveis viraram referência para qualquer um que fosse se aventurar a tocar em uma banda de rock. Tinha como maior característica usar baquetas mais longas, dando uma sonoridade mais pesada ao seu som. Morreu enquanto dormia depois de um porre de vodca, em 1980. Assista”The Song Remains The Same” até cansar!!

Neil Peart






Dono de uma técnica própria, o canadense ainda é influência de todas as gerações posteriores. Começou a tocar ainda garoto e ganhou seu primeiro instrumento aos 14 anos, após cumprir a promessa de se dedicar muito a aprender o instrumento, feita para seus pais um ano antes. Vá atrás de “Exit, Stage Left”, álbum do início dos anos 80 que traz a melhor fase instrumental de Neil e dos companheiros do power trio “Rush”.

Paulo Zinner







Batera brasileiro de estrada longa, tocou com muitos músicos importantes do cenário nacional e internacional, abrindo shows de bandas como Deep Purple, Jethro Tull e Nazareth, na batera do Golpe de Estado. O músico quase se tornou integrante do grupo de hard rock Whitesnake, se não fosse por um problema de visto europeu. Muito técnico, toca sempre com seus tons retos, dando sonoridade própria ao instrumento. Qualquer álbum do “Golpe” vale a pena para ouví-lo.

Top 5 – Trilhas sonoras de terror


A rica história do cinema tem vários acontecimentos interessantes, que podem ser classificados como verdadeiros marcos, momentos em que a arte dá um salto e se renova totalmente. Um deles, certamente, foi a origem do som e das trilhas sonoras nas obras da sétima arte. Até 1927, os filmes não usavam o som como ferramenta, era a chamada era do Cinema Mudo. A partir do musical “The Jazz Singer”, os diálogos e as cantorias foram incorporados ao longa-metragem e um ano depois o cinema descobriria a trilha sonora propriamente dita. Os efeitos sonoros, a música e os diálogos foram devidamente sincronizados com perfeição no filme “The Lights of New York”, lançado em meio aos clássicos do mudo mais famoso do cinema: Charles Chaplin.

De todas as categorias cinematográficas, a que aguça mais a audição é a de suspense: quem nunca se arrepiou ao ouvir as orquestrações compostas por mestres da música, durante uma perseguição, um momento de escuridão quase que total ou de uma mão pegando em um ombro apavorado? Deixo aqui a minha lista das 5 mais eletrizantes obras musicais, para dar vida à nossa sexta-feira 13 e inspirar esse comecinho de noite...

Sexta-feira 13 (Friday 13th – 1980)
A aterrorizante música e os efeitos de Henry Manfredini compõem a história de Jason Vorhees, um garoto que morre afogado em um lago do acampamento, mas volta para assassinar até o último novo frequentador do local, até então abandonado por décadas. Do diretor Sean S. Cunninghan, o filme deu origem à série de 9 longas-metragens e é uma das mais bem sucedidas da história do cinema. O efeito sonoro que acompanha os passos do serial killer foi imortalizado.

Psicose (Psycho - 1960)
Uma das obras-primas de Alfred Hitchcock, considerado o mestre do suspense. Trilha de Bernard Hermann ilustra a morte da ladra interpretada por Janet Leigh, esfaqueada seguidamente na famosa “cena do chuveiro”. O sangue escorre pelo ralo da banheira, enquanto os acordes estridentes dos violinos arrepiam até a espinha. A música ganhou nova cara para o remake lançado em 1998, recomposta pelo líder do grupo pop Oingo Boingo Danny Elfman.

O Iluminado (The Shining - 1980)
Assustador thriller de Stanley Kubrick, que traz o neurótico Jack Torrence (Jack Nicholson) em meio à loucura ensandecida, durante isolamento total em um pequeno hotel de inverno, onde trabalha como zelador. A música de Wendy Carlos e Rachel Elkind serve de pano de fundo ao colapso mental e as perseguições de Jack à sua própria família.

Tubarão (Jaws – 1975)
Uma pacata cidade de veraneio americana recebe a “ilustre” visita de um monstruoso tubarão insaciável. Os ataques aos banhistas tiram o sono do delegado de polícia local Martin Brody, que tenta desesperadamente dar cabo do animal. A sequência de acordes graves dos cellos compostas por John Williams imortalizaram o filme, vencedor do Oscar de trilha sonora original.
Encarnação do Demônio (2007)
Último filme da trilogia do brasileiro José Mojica Marins, mais conhecido como o coveiro “Zé do Caixão”. As bases graves da trilha de André Abujamra e Marcio Nigro, compõem a saga de Zé do Caixão, durante a busca para encontrar a mulher que gerará seu filho perfeito, após ser libertado da cadeia, onde permaneceu encarcerado por 30 anos.
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