terça-feira, 13 de julho de 2010

Os 16 “piores”

Coloquei entre aspas porque não considero os 16 eliminados na primeira fase como piores, apesar de ser de conhecimento geral que a real Copa do Mundo começa nas oitavas de final.

As seleções que ficam pelo caminho antes do mata-mata geralmente são aquelas que não conseguiram engrenar durante as duas primeiras semanas de jogos. Dificilmente temos alguma catástrofe e a eliminação de um grande time por acidente, seja no campo ou fora dele.

Não existe eliminação de véspera na primeira fase da Copa, mas acabamos sempre nos surpreendendo com a má atuação desta ou daquela seleção. Em alguns casos, péssima é a melhor palavra para descrever a “participação”.

Vamos lá, começando do pior para o “menos ruim”:

OS “SACOS DE PANCADA” DE 2010

Sem dúvida, o título vai para a Coréia do Norte e suas 3 derrotas. Duas delas até que normais, tomaram de 2 do Brasil e 3 da Costa do Marfim. Já para Portugal, foram 7 gols, a maior trauletada da Copa.

A seleção de Camarões também merece estar entre as piores das piores da Copa. Grande decepção por estar em seu território e ter uma reputação a zelar (coitado do Roger Milla...). A participação foi sofrível: 3 derrotas, incluindo a estréia desastrosa contra o Japão. Definitivamente a pior desde 1982, quando estreou em Mundiais. Nem Samuel Eto’o esperava...

AS DECEPÇÕES

Três representantes do velho continente merecem essa “honra”.

E o que dizer de França e Itália? Ridículo é pouco pra ilustrar a campanha dos ex-finalistas de Copa. Cinco títulos mundiais foram amassados e jogados na lata do lixo.
Dos cinco campeonatos, quatro deles são todos da Bota. Precisando de uma combinação de resultados para classificar às oitavas, a Azzura não parecia em nada com uma seleção tetracampeã e de tanta camisa. Os italianos empataram com o fraquíssimo Paraguai e a Nova Zelândia, que tinha apenas uma participação em Copas no currículo (82, com derrota de 4 a 0 para o Brasil na despedida).
O que mais li e ouvi durante a Copa foi que a falta de Pirlo no time titular fez a diferença. Sinceramente, um time não pode depender de um meio campista limitado e pouco criativo como o titular milanês. Sem desmerecer o jogador. Gosto do futebol do Pirlo, mas pra quem já viu a Itália ser conduzida por Roberto Baggio, Del Piero, Vialli, Bruno Conti, Paolo Rossi (só para ficar entre os últimos 30 anos) não pode nunca se contentar com ele.
Bem, sobre o futebol do Cannavarro não tenho comentários a fazer depois do que vimos em todos os jogos da Itália.
E como explicar a gangorra francesa? Em 1998, foram campeões em casa após não terem classificado em duas Copas anteriores. Zidane e seus colegas passaram como um trator pelos adversários. A final contra nossa seleção não precisa nem de comentários... Em 2002, a decepção: 3 derrotas e nenhum gol marcado. Quatro anos depois, voltaram a disputar a decisão, perdendo para a Azzura e também a compostura (todos lembram da cabeçada de Zidane em Materazzi...).

Agora em 2010, os “bleus” empataram na estréia contra o Uruguai jogando muito mal, perderam de 2 para o México sem demonstrar nenhuma reação e fizeram a alegria dos donos da casa, perdendo de novo, marcando apenas um gol na pior participação em Copas. Em 29º, conseguiram terminar uma posição abaixo da conquistada em 2002.

Seria quase inacreditável se todos os barracos entre jogadores e comissão técnica, previamente demitida diga-se de passagem, não tivessem vazado para todos.

E a palhaçada começou com um gol de mão contra a Irlanda, lembram? Às vezes, desistir antes da disputa é mais honroso, não acham?
O mais triste é que entre elas, a Grécia foi a única que não decepcionou tanto assim. Apesar do título da Eurocopa conquistado em 2004, os gregos não têm tradição e qualidade suficiente para manter uma evolução e galgar melhores resultados. A vitória contra os nigerianos deu alguma esperança à torcida, mas foi pouco. Decepção por ter jogado pouco, mas não por ter sido eliminada.

Argélia, Nigéria e Honduras foram para a África do Sul apenas para fazer figuração e até que não foram tão mal. Os argelinos empataram com os ingleses, assustando uma das maiores favoritas ao título. Os nigerianos entraram sem pretensões e poderiam ter classificado na última rodada, principalmente porque perderam de pouco da Argentina e Grécia. Já os hondurenhos não marcaram sequer um gol, mas voltou pra casa com um pontinho na bagagem, mais do que norte coreanos e camaroneses conseguiram.

As outras oito que ficaram no meio do caminho mostraram bom futebol em certos momentos. As européias Sérvia, Dinamarca, Suíça e Eslovênia oscilaram e não conseguiram engrenar. As derrotas na hora errada afundaram quaisquer pretensões, principalmente para a Dinamarca após perder para o Japão na rodada decisiva e a Sérvia, que ganhou da toda poderosa Alemanha na segunda rodada, depois do show germânico contra os australianos. Os mesmos australianos acabaram aprontando para cima dos sérvios e classificaram Gana.

A montanha russa não parou por aí. Os suíços venceram a Fúria na estréia, perderam para nossos vizinhos chilenos e empataram com Honduras, jogando fora a classificação na pior partida da Copa que assisti. A Eslovênia foi a única das quatro que teve trajetória normal, mas poderiam ter ganho dos americanos em uma partida cheia de alternativas.
A Costa do Marfim perdeu força pouco antes da estréia com a contusão do craque do time, Didier Drogba. O atacante do Chelsea deve ter lamentado muito por estar no caminho do zagueiro nipo-brasileiro Tanaka no amistoso disputado dias antes da estréia. Se não fosse aquele golpe de Kung Fu, a história marfinense poderia ter sido outra.
Os anfitriões também foram bem em sua participação. Vuvuzelas e problemas estruturais a parte, os sul africanos não se esquecerão tão cedo de 2010, ano em que quase tudo deu certo na competição disputada em casa, com uma vitória contra os “poderosos” franceses sendo comemorada pelo mundo do futebol e pela luta dos “Bafana Bafana” para organizar a primeira Copa do Mundo em solo africano ter trazido novas esperanças para toda a nação.

AS SURPRESAS

Apesar da desclassificação, os resultados conquistados pela Oceania nesta Copa foram impressionantes. Australianos e neozelandeses voltam para suas ilhas de cabeça erguida, com certeza. Claro que a goleada sofrida pela Alemanha não traz boas recordações, mas o empate com a melhor seleção africana da competição e a primeira vitória contra um time europeu em Copas traz a Austráila um novo status.

Os vizinhos foram mais além. Se já não bastasse o empate contra a Itália, a Nova Zelândia tinha chances de passar às oitavas até a última rodada. Não conseguiu passar pelos paraguaios, mas melhoraram muito em sua segunda participação em Copas. Quem sabe em 2014 não vem a primeira vitória?

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